Cá ou acolá.

E o tempo passou, e o tempo voou. E foi tudo tão fácil, tão simples, livre.

Cristina...

É agora que eu começo a sentir aquela inquietação, aquela necessidade de correr. Não sei pra onde, só sei que quero correr.

É (quase) agora que eu vou.

Fora de lugar, fora do tempo...

Sou fora de lugar, sou fora do tempo.
Sou sonho passado, sempre presente, cheirando a futuro.
Sou sonho de amor, de uma noite de verão, sim, tal( )vez.

Um mundo inteiro ainda vive em mim.

Sobre tudo o que (não) conheço

De repente, assim, de repente: não sei mais o que fazer.
E não espero de mim nada racional. Só quero estar, e depois, ah, quando eu quiser, eu vou...

A realidade...

Não quero que não penses, nem de longe; quero, sim, que faças o que tu quiseres, sem medo de se jogar, sem medo de me olhar. Tudo é caos, tudo é calor, e eu não consigo ver nisso mal algum. Nessa massa quase homogênea de nós (e de todo o resto do mundo!) não faço questão de nos distinguir. Sinto, vivo, e só, e por hora, não quero mais nada... E não quero que queiras o mesmo que eu! Só te quero bem, e só.

E veja bem, meu bem, o passado, o presente, o futuro... São tão mesclados, tão soltos, tão unos, tão livres... Não penso em tempo, talvez (a culpa é do J. L. Borges), na verdade, eu seja o tempo...

Não te assustes de, de sopetão, eu lhe repitir tudo isso.
Tens noção da ternura com que escrevo isso?

Nem primeiro, nem último.

Deixa ser como será quando a gente se encontrar,
no pé o céu de um parque a nos testemunhar...
Deixa ser como será, eu vou sem me preocupar,
e crer pra ver o quanto eu posso adivinhar.

Abismo e Rosas.

Me jogo no abismo e não ligo pra mais nada, além do universo que me cerca. Me jogo, caio, e sinto tudo, sempre, muito.
Adoro a queda, e que nada dependa de mim, porque eu caio.

Momento.

Jadis, si je me souviens bien, ma vie était un festin où s'ouvraient tous les cœurs, où tous les vins coulaient.

Sobre o vento e o éter...

E numa brisa tão gostosa, meio Matisse, meio Felinni, meio mundo me vem, meio mundo me vai.

Valsa sem nome...

Não sei onde estou, nem sei o que vejo. Perdi noção do que pensas ou sentes. Não me importo, não quero saber, só quero sentir, e só quero que sintas, sem pensar. Não quero o antes, muito menos o depois (porque o depois só é o antes, disfarçado e deslocado); só quero o agora.

Mas não perco a poesia dos olhos...

Sonata n°2, Noturno n°2

Meu coração me diz que ainda vou ser feliz.

Valsa das Flores

De dois, um:
ou eu me perco
em meio a tudo,
ou me encontro,
no meio do nada.

Palavras, e/ou tentativas

Sinto hoje e ultimamente aquele conflito, batido já, de não conseguir colocar em palavras aquilo que sinto, penso, eu sei lá (sinceramente, sinto, não penso, não sou mais de pensar muito). E ao mesmo tempo que sinto essa deliciosa intransposição (que faz tudo (quase tudo) parecer tão ímpar), sinto uma pontada angustiante, de querer falar o quanto curto, o quanto gosto...

E não me importo com nada, estou completamente ao sereno, rindo, até, quem sabe, sorrindo.

Primavera porteña

Sejamos sinceros... ao fim, tudo não passa de um Tango (e ao mesmo tempo vai tão além...).

E isso é ótimo...

Na verdade...

é mais fácil do que imaginamos.

Cabra cega

Oras, eu nem sei por onde começar, o que achar, ou nem pensar. Claro, eu não acho que eu deva fazer qualquer uma dessas coisas (exceto o "começar"... ou qualquer outra, se der na venta, oras...), mas esse perdido me deixa nervoso: quando me vejo ali, pronto, levo uma (ou invento levar uma), e dou pra trás.

Então, pelo Amor, dê um grito pra que eu saiba por onde ir (ou, dirigindo isso à mim, já passou da hora de ouvir alguma coisa)

Boa noite, me encontre.

Sobre os meus olhos.

Eu não sei, sinceramente, se vejo o que vejo, ou se vejo o que quero, ou se pior, de tanto querer, não vejo o que posso.

Só sei que esse não saber me deixa sem saber nem o que fazer.
E se tem uma coisa que eu queria fazer, é fazer alguma coisa...

Stormy Weather

Stormy, stormy, i'm kinda stormy...

Até que eu me encontre.

Na bagunça da vida, meu sangue errou de veia e se perdeu.

Estarei lá.

É 1, 2, são 3. E cadê o meu fôlego? Sim, eu sei, só vale 1.
De que me importa? Já faz tempo - 6 meses - e continuo preso no fim do passado. Pior, no meio do passado. E paradoxalmente, me sinto tão presente... Me sinto tão bem aqui, em certas horas. Sei o que quero, mas me falta querer o bastante para tê-lo/a (é, talvez eu não me ache capaz disso, em parte);

O que eu quero é a certeza de que eu posso. Não de que vou; de que posso. E quem sabe, aí, sim, eu sou.

Aliás. Sejamos francos, eu não mais sei o que é ser. Só sei estar.
O presente é eterno.

Say

Learn to say the same thing.
Let us hold fast to saying the same thing.
I wish the best for you.
No one is around, love will always love you.
Learn to say the same thing.

? ... !. ?

Como começar? Oras, essa sempre foi a pergunta. Afinal, como termina eu bem sei. E não me importa o fim. Dentre o primeiro e o último há um infinito a se aproveitar. Nós bem sabemos.
É. Eu quero morrer de fome, eu quero morrer de amor.

Ponteiro (alguma coisa do passado aindo vivo)

Foi que chegou
Se debruçou
No minuto que não viria mais
E repousou os olhos n'um inquieto ponteiro
Que ignorou aquele sonho
Que se perdeu na promessa de um dia
Tempo...

Arte de Amar

Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação,
Não noutra alma.
Só em Deus - ou fora do mundo.

As almas são incomunicáveis.

Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.

Porque os corpos se entendem, mas as almas não.

Ficções/Mundo Cão

Um dia eu vou me sentar em um banco na rua e, uma tarde depois, vai passar um ônibus, sem indicaçãoi de destino. Eu vou entrar nele e vou embora.
E vou sumir.

E vou ficar infinito, como n'uma das histórias de Borges...

E, assim, lágrimas e suspiros se desvanecem.

Todo meu sofrimento tinha desaparecido. As pessoas de que mais gosto estavam comigo. Ouvi-as tagaralar. Senti a presença de seus corpos, o calor de suas mãos... Queria que aquele momento parasse, e pensei: isto é que é mesmo felicidade. Não podia desejar nada melhor. Agora, por unsminutos posso sentir o que é realização. E sinto-me tão profundamente grata à minha vida que me dá tanto... E, assim, lágrimas e suspiros se desvanecem.

A Valsa

Quem dera
Que sintas
As dores
De amores
Que louco
Senti!
Quem dera
que sintas!...
-Não negues,
Não mintas
-Eu vi!...

Mais uma dúvida...

Oras, que o tempo passa, e com ele, tudo o que nós temos, eu sei (tão ou até melhor do que você).

Agora, como se faz para colocar o passado em seu lugar?

3/4

Que valsa triste que é a vida...

E lá se vai...

Alguém sorriu de passagem
Numa cidade estrangeira
Lembrou o riso que eu tinha
E esqueci entre os dentes
Como uma pêra se esquece
Sonhando numa fruteira

Estrela da Vida Inteira

Feliz dia 9, sem ironias, sem medo; oras, se tem um dia em que eu deveria sorrir é esse...
E se tem um dia que eu realmente te desejo ver sorrindo, é esse.
Pouco me importa se somos ou não namorados, amantes, amigos.
Contigo acredito em mais do que isso.
O que sinto por você perdeu o nome, perdeu o tempo, ficou terno, ficou eterno; e é claro que na contradição do dia a dia dessa nossa amizade o presente e o passado se misturam, na minha cabeça, no meu coração, na frente dos meus olhos.
E talvez seja justamente dessa mescla colorida, perfumada, e caótica que vive o tesão que tenho por nós.

Não conheço o fim para nós dois(nós, eu, você, não o casal, só isso, eu, você).

Eu realmente acredito que nós podemos viver para sempre.
E nada me faria mais feliz.

(Agradecimentos, olhos quentes e úmidos, sorriso de canto de boca; a gente se entende n'um futuro ou outro).

Dos meus olhos

Ponho em tudo as cores que quero. Me empolgo, e raramente sei quando parar. Quando paro, foi porquê o chão me cobriu a vista, e minha cara já quebrou.
Me empolgo, e invento o cais, sei a vez de me lançar. Invento o amor, invento em mim o sonhador.

Vejo vermelho e fogo no mais tolo comentário cinza de uma manhã fria d'um dia 27, pois tenho vontade de amar.

O Pastor e a Rosa.

A rosa:
tua nudez feita graça.
A fonte:
tua nudez feita água.
A estrela:
tua nudez feita alma.

Ao largo ainda arde a barca da fantasia... E o meu sonho acaba tarde...

August Day Song

Tentei contar
Tentei cantar
Tentei just la la la ia...
Tentei tocar
Também dançar
Assim, só para deixar...
Só quero te dar
Se te falar
Se te just la la la ia...
Só quero estar com seu cantar
Com o seu just la la la ia...

Just like this rainstorm,
This august day song
I dream of places far beyond...

Ouvindo a chuva cair
No cinza, um brilho aqui.
Fico sozinho, dristraído...
Mesmo som, mesmo tom...
Como é bom...
Ouvindo a chuva cair
no pé, um pingo aqui,
fico sozinho, tão distraído...

Não vou chorar quando lembrar
do seu eterno olhar... And I like to sing
and do these things with you just pra variar...
I hear your voice, I sing for choice.

With you, just la la la ia...

Amarcord

O gosto disso, quando fecho os olhos me desespera.
O cheiro disso, quando sinto, me desespera.
O toque disso, quanto pense, me desespera.
Me desespera por eu ainda ter aquela impressão de que eu não vou me livrar disso, de você. Que você vai continuar, cá, comigo, e eu, cá, sozinho (não sozinho, mas vazio, frio).
See no use perfectin' love with strangers. Mas é tudo uma questão de tempo!
\o/
Viva o Carnaval: esquece a alma, vivas à carne.

Esquizofrênico, sinestésico.

Eu, esquizofrenia.
Mistura de mundos, medos, amores, vontades. Contradições, alucinações.
Eu, sinestesia.

Pra quê rimar amor e dor?

Pra quê?
acho que eu me sinto poeta.

Sem delírios, sem encantos.

Sem delírios, sem encantos.
Essa é a vida d'agora. E isso não significa nada. Nem mais, nem menos do que antes. Àquilo que não me acostumo, a resignação. Sou novo, mas nunca, nunca serei vazio. Sou cheio, de tempo, de alma, de vida. Não tenho mais espaços para sonhos. E em tempo (mais ou menos do que espero), pouco tempo terei para o tempo passado. Serei presente, só, único, puro.

Vou pra rua e bebo a tempestade.

Atrás da porta / Costumes

Quando olhaste bem nos olhos meus, e o teu olhar era de adeus... Juro que não acreditei, eu te estranhei, me debrucei sobre teu corpo e duvidei... E me arrastei e te arranhei, e me agarrei nos teus cabelos, no teu peito, nos teus pelos, teu pijama, nos teus pés, ao pé da cama, sem carinho, sem coberta, no tapete, atrás da porta reclamei baixinho... Dei pra maldizer o nosso lar pra sujar teu nome, te humilhar... E me vingar a qualquer preço! Te adorando pelo avesso, pra mostrar que inda sou teu, só pra provar que inda sou teu...

E um mundo de sonhos se desfez, assim, d'hora pr'outra.
De repente ser livre até me assusta...

Me diz como posso esquecer os costumes, se nem mesmo me esqueci de você...

Fast as you can

baby, run-free your self of me...

Vicky Cristina Barcelona

Cristina, preciso de um pouco mais de você em mim.

Ah, delírio de sonho de paixão e tesão...

Sim, preciso d'um pouco mais de Cristina em mim...

Hoje ela se perfumou...

Hoje ela se perfumou...
E apesar do tom fúnebre de nossa conversa...
Apesar do meu coração trêmulo...
Apesar do seu coração ansioso por... por... (???)
Você estava perfumada...
Pra mim...
Você tinha se perfumado pra mim...

Ainda sinto teu cheiro...

Bergmaniano...

Minha única e maior vontade é não continuar. É parar, é te impedir. É falar "nossa! olha só, é tudo besteira, vai ficar tudo bem!". Talvez fique, mas não agora, e nem sabemos se devemos acreditar em algum futuro. Queres pensar e crer única e simplesmente no presente. Você segue, eu... eu... eu sigo, ou aprenderei a seguir.

Portanto, desejo-lhe felicidades em seu novo relacionamento, e que ele não termine como o nosso, amargo. Já tivemos o suficiente de nós, e se for para nos termos algum dia, novamente, que sejamos outros nós. Não os nós de antigamente, mas, fundamentalmente, não os nós de hoje.

Mais uma vez, enfim, inté.

Love Ridden

My hand won't hold you down no more, so the path is clear to follow through...

Desejo-nos boa sorte.

Cor de canela.

E com tempo vou me resignando. Oras, afinal, é esse o efeito do tempo sobre nós, não?
A resignação. E a medida que vejo seus novos afetos, os sorrisos voltados à ele, não mais à mim, eu aprendo a andar, eu aprendo a enxergar. Acabou.

E talvez as coisas não voltem.
Afinal, eu não sei mais o que eu sou pra você.
Um grande amor, ou um grande amigo?
Me diz você, para saber o que devo fazer.

Retrato em branco e preto

Já conheço os passos dessa estrada, sei que não vai dar em nada... Seus segredos sei de cór, já conheço as pedras do caminho e sei também que ali sozinho eu vou ficar, tanto pior... O que é que eu posso contra o encanto desse amor que eu nego tanto, evito tanto, e que no entanto volta sempre a enfeitiçar, com seus mesmos tristes velhos fatos, que num álbum de retrato eu teimo em colecionar...
Lá vou eu de novo como um tolo, procurar o desconsolo que cansei de conhecer... Novos dias tristes, noites claras. Versos, cartas, minha cara... Ainda volto a lhe escrever pra lhe dizer que isso é pecado. Eu trago o peito tão marcado de lembranças do passado, e você sabe a razão. Vou colecionar mais um soneto, outro retrato em branco e preto, a maltratar meu coração...

Prefácio, prelúdio.

Tema e variações

Sonhei ter sonhado
Que havia sonhado.

Em sonho lembrei-me
De um sonho passado:

O de ter sonhado

Que estava sonhando.

Sonhei ter sonhado...

Ter sonhado o quê?

Que havia sonhado

Estar com você.

Estar? Ter estado.

Que é tempo passado.

Um sonho presente

Um dia sonhei.

Chorei de repente,

Pois, vi, despertado,

Que tinha sonhado.

- M. Bandeira.

Enfim, um novo espaço para novas idéias.