quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Os nomes e as coisas

Uma definição de amor que passe dos seus quatro caracteres não pode ser boa.

(claro que pode, eu sei - e adoro páginas e mais páginas que se lançam sobre esse assunto, sem nunca, na verdade, chegarem a uma definição, propriamente dita. Que assim continue, diga-se de passagem. O que fazem essas incansáveis páginas, desses incansáveis autores em seus incansáveis esforços de mapeamento e esquadrinhamento - mas nem sempre racionalização, amém - é nós dar um lampejo da natureza de sua inegável manifestação. Mas verdade seja dita: quando olhos, bocas e corpos se encontram, nesse desejo desesperado de chegar ao outro e a si mesmo, as traças devoram todas leituras que já fizemos em nossas vidas e tudo se resume àquilo que sentimos: amor - seja um coice, uma falta de ar, dezenas de borboletas amarelas, ou o que for...)

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Hora do lobo

A hora do lobo, o instante da suspensão - vindas dos pontos mais profundos desse passado recente e de seu legado amargo amaram-me e atiram-me no meio de um espaço sempre estranho, mas não de todo desconhecido. Meu medo maior é que este vácuo seja na verdade eu-mesmo. Meu medo maior é que eu tenha erguido muralhas tão altas que transpô-las não caiba ao instante que amo.
Meu medo chama-se dúvida.

Mas como chamamos aquela força de transformação que opera das formas mais fantásticas e insondáveis, mesmo?

Ah, sim, lembrei...