domingo, 21 de setembro de 2014

momento I

Da fresta da janela vi a rua escura, pouco iluminada pela luz amarelada de um poste de iluminação. Senti o ar fresco que entrava pela abertura. Ouvia o vento correndo pelo caminho vazio e o farfalhar das folhas que balançavam ao vento. E pensei, enquanto esperava a água do chá ferver, que diante do momento decisivo - o momento de dar as costas e ir embora - o melhor era não dizer nada. Paisagem aberta, inconclusa - rua vazia, corredeira de vento, poste de iluminação...
Não se trata de outra coisa senão de uma vista sugestiva, de uma sensação igualmente cheia de sugestões. Paisagem sem dúvida efêmera - mas e a impressão?

momento II

Amo o cheiro do teu corpo - do teu sono enorme e tranquilo - impregnado em minha blusa. Amo o pesa da tua coxa solta, indiferente, quase morta eu pensaria, sobre meu corpo.